sexta-feira, setembro 29, 2006

A solidão dos bares que a gente freqüênta.



Acabei de falar de coletividade, de amar e me sentir amada. É, de fato, é uma das coisas mais importantes da vida de alguém. A outra coisa mais importante é a solidão.
Acho que eu ando aprendendo o poder do silêncio, o bem que faz ficar só comigo mesma.
Pensando em mim? Pensando em nada, de preferência. Se eu estiver comigo mesma, eu já estou com alguém, e assim não vale.
Mais uma vez eu vou falar de casa. Entrei hoje em casa. Hoje, meu último e mais agitado dia de estágio. Hoje eu entrei em casa e pensei:
Enfim, sós.
O André foi tomar uma cerveja com os amigos, eu estou morrendo de sono, recusei ir na casa dos meus melhores amigos tomar uma cerveja. Numa boa. Estamos só nós aqui: eu e as paredes. As paredes que ainda não viram nem ouviram nada do que eu tenho pra contar, porque eu ainda não tive tempo. As paredes que aguentarão firme cada vez que eu explodir, que vão resistir, que não vão derreter cada vez que as coisas esquentarem.
Minhas queridas paredes, essa noite somos só nós. E vamos nos deitar juntas, olhar juntas pro travesseiro vazio do lado, suspirar juntas de saudades, escorrer uma lágrima displicente (de quem não sabe lidar nem com a mais breve das solidões) e dormiremos juntas, enquanto a Augusta lá fora permanece muito bem acordada.
Hoje eu me sinto mais curada.

Vai aí uma música em homenagem à solidão e à beleza de tudo isso.


Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para

Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara

Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência

O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara
Tão rara

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para não

Será que é tempo que me falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara
Tão rara

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para, não
A vida não para


(Paciência - Lenine)

2 Comments:

At 6:46 PM, Anonymous Anônimo said...

Esse texto inspira tristeza, melancolia...quase que, por momentos, me passa a ideia que a sua vida não é nada mais do que um velho filme preto-e-branco, mudo...

Enfim...

Em suma, gostei muito do texto pelo incrivel espírito sentimentalista e pela grande sinceridade com que foi escrito.

By the way...

Não conheço esse Lenine (só mesmo líder e revolucionário soviético) :P
mas posso dizer que a letra da música é interessante.

 
At 8:21 PM, Blogger Peaceful War said...

Desculpa cometi um pequeno deslize... O post de cima foi escrito por mim =)
(não gosto de ficar no anonimato)

 

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