Não tinha música, não deu. Tive que apelar pro clichè mesmo. Nada mais a minha cara, afinal.
Engraçado como eu não vejo (nunca vi) tanta graça nesse soneto quanto no Soneto de Fidelidade, meu favorito, como vc sabe.
Mas é isso. Clichè por clichè, que seja verdadeiro, que seja à altura daquilo que fomos um dia.
Até mais...
De repente do riso fez-se o pranto
Silêncioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
3 Comments:
incrível como vinicius sempre sabe o que dizer...
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(...)
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
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