quarta-feira, abril 27, 2005

Não tinha música, não deu. Tive que apelar pro clichè mesmo. Nada mais a minha cara, afinal.
Engraçado como eu não vejo (nunca vi) tanta graça nesse soneto quanto no Soneto de Fidelidade, meu favorito, como vc sabe.
Mas é isso. Clichè por clichè, que seja verdadeiro, que seja à altura daquilo que fomos um dia.
Até mais...

Soneto da Separação (Vinicius de Moraes)

De repente do riso fez-se o pranto
Silêncioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

3 Comments:

At 11:40 AM, Blogger Bianca said...

incrível como vinicius sempre sabe o que dizer...

 
At 1:17 PM, Blogger Unknown said...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

 
At 1:18 PM, Blogger Unknown said...

(...)

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

 

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