terça-feira, março 08, 2005

Sobre Anjos e Fadas, parte final


Quando não há mais muito o que dizer, a Fada resolve apelar pra música brega e significativa. Ela sempre foi assim, compulsiva por sempre ter que encontrar uma música pra cada ocorrência da sua vida, mesmo na época em que era fada ainda.
Ela teimou com o Anjo de querer tentar de novo, mas como já era esperado: Anjos e Fadas não podem ficar juntos, Deus já havia dito.
Deu no que deu... e lá vai ela com a música:

Confesso acordei achando tudo indiferente
Verdade acabei sentindo cada dia igual
Quem sabe isso passa sendo eu tão inconstante
Quem sabe o amor tenha chegado ao final

Não vou dizer que tudo é banalidade
Ainda há surpresas mas eu sempre quero mais
É mesmo exagero ou vaidade
Eu não te dou sossego, eu não me deixo em paz

Não vou pedir a porta aberta é como olhar pra trás
Não vou mentir nem tudo que falei eu sou capaz
Não vou roubar seu tempo eu já roubei demais

Tanta coisa foi acumulando em nossa vida
Eu fui sentindo falta de um vão pra me esconder
Aos poucos fui ficando mesmo sem saída
Perder o vazio é empobrecer

Não vou querer ser o dono da verdade
Também tenho saudade mas já são quatro e tal
Talvez eu passe um tempo longe da cidade
Quem sabe eu volte cedo ou não volte mais