segunda-feira, julho 05, 2004

Hoje eu tive uma grande conclusão do óbvio. Eu descobri o contrário de AMOR. Para maiores esclarecimentos, não, eu não estou falando de ódio. Eu quero tratar aqui de um sentimento algo pior que o ódio, o DESAMOR.
Ao contrário do amor, é muito fácil definir o desamor. Na verdade o difícil é conseguir parar de defini-lo.
Sentir desamor é como uma tristeza profunda no final da copa, com Brasil campeão. É uma solidão sem fim no meio de todos os seus amigos. É um ar irrespirável, uma música muda, um professor analfabeto, um livro em branco.
É o Real Madrid sem o Zidane, Roberto Carlos, Raul, Ronaldo, Beckham... É o Clodovil heterossexual, conexão discada, calculadora sem bateria, carnaval sem cerveja, beijo sem língua, sexo sem tesão.
É o preto branco, o azul amarelo, o rosa verde, o cinza vermelho. Beleza feia, loiro moreno, reta torta, dia escuro, grito rouco.
O caos de Durkheim, Kant, Voltaire, Marx, Weber, tudo junto.
E tudo isso fazendo um mal doido pro corpo. O desamor é ruim, triste, amargo, calórico, pesado, chato, incomoda quase tanto quanto João Kleber. Eu, por exemplo, por causa do desamor, to cheia de psoríase, fiquei disléxica (eu demorei muito pra escrever esse texto), acordo todo dia com remela porque choro a noite, há tempos eu não dou uma risada gostosa... E o aperto no coração? Putz, esse é o que mais incomoda. Fica difícil até de falar, ás vezes. É uma cólica no coração. Um chute no saco no coração.
Sabe o que parece também? Sabe qdo vc ta ansioso e tem aqueles sonhos q vc ta sem sapato, sem roupa na escola, falta uma parede na sua casa... E só vc repara. Desamor é desse jeito.
Se eu pudesse colocar tantas palavras quanto lágrimas que eu já chorei por causa desse desamor, ninguém teria paciência de ler. Então eu paro por aqui.