terça-feira, março 09, 2004

Veríssima Crônica sobre Veríssimas Mulheres...


Existem várias lendas sobre a origem da Mulher.

Uma diz que Deus pôs o primeiro homem a dormir, inaugurando assim a
anestesia geral, tirou uma de suas costelas e com ela fez a primeira
mulher.

E que a primeira provação de Eva foi cuidar de Adão e agüentar o seu mau
humor enquanto ele convalescia da operação. Uma variante desta lenda diz
que Deus, com seu prazo para a Criação estourado, fez o homem às pressas,
pensando "Depois eu melhoro", e mais tarde,
com o tempo, fez um homem mais bem- acabado, que chamou Mulher, que é
"melhor" em aramaico.

Outra lenda diz que Deus fez a mulher primeiro, e caprichou nas suas
formas, e aparou aqui e tirou dali, e com o que sobrou fez o homem só para
não jogar barro fora.
Em certas tribos nômades do Meio Oriente ainda se acredita que a mulher
foi, originariamente, um camelo, que na ânsia de servir seu mestre de todas
as maneiras
foi se transformando até adquirir sua forma atual. No Extremo Oriente
existe a lenda de que as mulheres caem do céu, já de kimono. E em certas
partes do Ocidente persiste a crença de que mulher se compra através dos
classificados, podendo-se escolher idade, cor da pele e tipo de massagem.

Todas estas lendas, claro, têm pouco a ver com a verdade científica.
Hoje se sabe que o Homem é o produto de um processo evolutivo que começou
com a primeira ameba a sair do mar primevo, e é descendente direto de uma
linha específica de primatas, tendo passado por várias fases até atingir o
seu estágio atual - e aí encontrar a
Mulher, que ninguém ainda sabe de onde veio.

É certamente ridículo pensar que as mulheres também descendem de macacos. A
minha mãe, não!

Mas de onde veio a primeira mulher, já que podemos descartar tanto a
evolução quanto as fantasias religiosas e mitológicas sobre a criação?
Inclino-me para a tese da origem extraterrena. A mulher viria (isto é pura
especulação, claro) de outro planeta.

Venho observando-as durante anos - inclusive casei com uma, para poder
estudá-las mais de perto - e julgo ter colecionado provas irrefutáveis de
que elas não são deste mundo.

Observei que elas não têm os mesmos instintos que nós, e volta e meia são
surpreendidas em devaneio, como que captando ordens de outra galáxia,
embora disfarcem e digam que só estavam pensando no jantar. Têm uma lógica
completamente diferente da nossa. Ultimamente
têm tentado dissimular sua peculiaridade, assumindo atitudes masculinas e
fazendo coisas - como dirigir grandes empresas e xingar a mãe do motorista
ao lado- impensáveis há alguns anos, o que só aumenta a suspeita de que se
trata de uma estratégia para camuflar nossas diferenças, que estavam
começando a dar na vista.

Quando comentamos o fato, nos acusam de ser machistas, presos a
preconceitos e incapazes de reconhecer seus direitos, ou então roçam a
nossa nuca com o nariz, dizendo coisas como "ioink, ioink" que nos deixam
arrepiados e sem argumentos. Claramente combinaram
isto. Estão sempre combinando maneiras novas de impedir que se descubra que
são alienígenas e têm desígnios próprios para a nossa terra. É o que fazem
quando vão, todas juntas, ao banheiro, sabendo que não podemos ir atrás
para ouvir. Muitas vezes, mesmo na
nossa presença, falam uma linguagem incompreensível que só elas entendem,
obviamente um código para transmitir instruções do Planeta Mãe. E têm seus
golpes baixos.

Seus truques covardes.
Seus olhos laser, claros ou profundamente escuros, suas bocas. Meu Deus,
algumas até sardas no nariz.
Seus seios, aqueles mísseis inteligentes. Aquela curva suave da coxa quando
está chegando no quadril, e a Convenção de Genebra não vê isso! E as armas
químicas - perfumes, loções, cremes. São de uma civilização superior, o que
podem nossos tacapes
contra os seus exércitos de encantos?

Breve dominarão o mundo.Breve saberemos o que elas querem.
Se depois de sair este artigo eu for encontrado morto com sinais de ter
sido carinhosamente asfixiado, com um sorriso, minha tese está certa.

(Luis Fernando Veríssimo)